Não precisa ser um expert da cozinha brasileira para conhecer esse salgado: o acarajé. Essa iguaria típica da Bahia é uma verdadeira explosão de sabores e aromas, que conquistou o paladar de muitos brasileiros, e que está ganhando fama no exterior também.

Assim como muitas comidas típicas brasileiras, o acarajé nasceu a partir de influências africanas, por isso tem essa mistura de ingredientes e junção de temperos. Digamos que o acarajé é a coxinha em São Paulo, você encontra em todas as esquinas em Salvador.

Conhecendo o acarajé

O acarajé é mais que um bolinho frito, ele é uma tradição que remonta o período colonial brasileiro. Além de ser um símbolo de religiões africanas que foram trazidas para o Brasil junto com os escravos africanos.

A palavra “acarajé” tem origem no idioma iorubá, uma língua que era falada por muitos escravos africanos. Na língua, a palavra “àkàrà” significa “bola de fogo” ou “bola de luz”, e “je” significa “comer”. Portanto, a tradução de acarajé é dada como “comida da bola de fogo”, uma referência ao processo de fritura que dá ao bolinho a crocância por fora e maciez por dentro.

Pode parecer estranho, mas a massa desse bolinho é de feijão-fradinho, cebola e azeite-de-dendê, além de ter recheio. É, se você está procurando uma coisa leve para comer, com certeza o acarajé não está na lista.

Curiosidades

  • Como já citado, o acarajé também é um símbolo religioso, tendo uma forte ligação com o Candomblé, tanto que antes de fritá-los, as baianas fazem oferendas a Iansã;
  • Assim como grande parte das receitas brasileiras, o acarajé passou por adaptações e modificações em cada estado. Em alguns dos estados brasileiros é comum esse bolinho ter recheio de camarão seco, vatapá e caruru;
  • Seguindo essas tradições religiosas, há relatos que os africanos fazem cerimônias, para homenagear os deuses, com fogo onde um deles engole pedaços de algodão molhados de azeite-de-dendê, fazendo referência ao processo de fritura do acarajé

Aprimoramentos

Carnaval está aí: venha saber de onde vem o acarajé - Cozinha da Marcia

Recentemente, realizaram uma pesquisa na qual afirmava que os acarajés feitos em Salvador não eram de boa qualidade. Para melhorar isso, as baianas responsáveis pelo preparo dos bolinhos, agora, precisam realizar cursos que irão instruí-las. Elas contam com apoio financeiro também para melhorar as condições dos equipamentos de trabalho.

Essa foi uma iniciativa com o decreto municipal 12.175/1998, que mostra uma certa preocupação na preservação de tradições brasileiras e que preza pela qualidade da comida nacional, tanto para os brasileiros como para aqueles que vistam o país. Afinal, é preciso dar valor aquilo que representa determinada cultura.

Preparo do acarajé

Fazer esse bolinho requere tempo e dedicação, mas não é difícil, basta ter os ingredientes certos e seguir o processo corretamente.

Primeiramente, é preciso deixar o feijão-fradinho de molho por umas 6 horas. Depois desse tempo, escorrer a água e triturar o feijão em um processador ou liquidificador, até ficar uma massa. Acrescentar a cebola, o alho e o sal e triturar mais um pouco para misturar tudo.

Para fritar, será necessário uma panela funda e bastante azeite-de-dendê. Aqueça o azeite e com a ajuda de duas colheres, você faz as bolinhas do acarajé e coloca (com cuidado hein) no azeite quente. Ele vai ficar douradinho e para ficar crocante, você os tira do azeite e deixe escorrer o excesso da gordura em um prato com papel toalha.

Então, é só esperar esfriar um pouco para abri-los e rechear como preferir. Finalizando com mais azeite e pimenta, é claro.

Se prepare para experimentar algo novo e muito saboroso, que faz parte das raízes brasileiras. Se apaixone pela nossa culinária, conheça novos aromas e pratos típicos. Tente fazer em casa algumas receitas e se aventure nesse mundo da gastronomia.

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