Conheça o Cuscuz, um alimento que surgiu no Norte da África, no meio dos povos berberes. Passou por adaptações de diversos povos, chegando aqui no Nordeste brasileiro e acabou se tornando um prato típico da região e que agora já é conhecido pelo mundo.
O Cuscuz é um prato de sustança, fácil de se preparar e com muitas possibilidades de sabor. Inicialmente os indígenas o consumiam quando chegou ao Brasil, mas logo passou a ser característico do sertão nordestino brasileiro.
Contexto Histórico
Antes de tudo, os portugueses o trouxeram, pois já haviam colonizado os povos árabes. Um alimento preparado com sêmola de cereais e o trigo, porém quando chegou em solo brasileiro foi facilmente modificado pelos flocos de milho umedecidos. Adaptou-se aqui no país porque o milho era abundante e resistia a variações climáticas.
Na era da colonização, o cuscuz era um alimento voltado para escravos, pessoas simples e pobres e até mesmo os animais, por ser uma comida que rende e ser fácil de preparar. O alimento era ser rico em nutrientes e proporcionava energia para os trabalhadores rurais.
Curiosidades
O cuscuz se tornou tão comum e tradicional nas refeições do brasileiro, principalmente no Nordeste, que em dezembro de 2020 foi reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade e que em 19 de março é comemorado o Dia Mundial do Cuscuz.
Embora seja um alimento fácil e rápido, o cuscuz também tem seus segredos na hora de se preparar. Umedecer, cozinhar e comer acompanhado pelo queijo coalho tostadinho, pelo ovo frito de gema mole, pela carne de sol, por manteiga, banana, leite. Enfim, é um alimento extremamente versátil que pode agradar o paladar de todos. E quando falo todos, são todos mesmos, porque no Brasil a maioria das regiões tem sua versão de cuscuz.
Versões do cuscuz
Tem o cuscuz paulista que é feito com ovos cozidos e uma penca de temperos. O cuscuz de leite de coco e tapioca, tradicional da Região Norte e o cuscuz campeiro, de Rio Grande do Sul, que vai carne, charque e linguiça. Cada um recebe o toque característico de cada região, e isso é a comida brasileira.
O cuscuz carrega consigo uma imagem de força e trabalho, resistência dos povos indígenas e dos nordestinos, que passavam por cima dos problemas e iam a luta todos os dias, firmes e fortes com um único prato de comida, mas que garantia sua vida no campo de trabalho.
“O cuscuz no Nordeste vira uma mistura de tradições afroindígenas, em que o português é mero contrabandista”, declara o professor Estevão Palitot.
Como preparar o verdadeiro cuscuz nordestino?
Como já dito, a versão tradicional do cuscuz é feita de flocos de milho. O preparo é o seguinte: para 2 xícaras de flocos de milho, usa-se 1 xícara de água e um pouco de sal. Em um refratário mistura os flocos com a água para umedecê-los e hidratá-los. Essa etapa é o que irá definir a textura do seu cuscuz, se ele ficar mais esfarelado significa que foi pouco umedecido, e se virar um bloco embatumado significa que foi muita água. Por isso é importante sentir a massa antes de cozinhar.
Depois de misturar a água nos flocos é necessário deixar a mistura reservada por 15 minutos, para os flocos absorverem a água e serem hidratados corretamente. Após esse tempo está na hora de pegar a cuscuzeira, encher até a metade do reservatório da panela, colocar a massa de flocos na grade, pressionando para garantir que o cuscuz desenforme sem se despedaçar. Levar para o fogo até ferver e deixar cozinhar por 15 minutos.
Logo após o despertador dos 15 minutos tocar, está no momento de retirar do fogo. Desenforme e sirva ainda quente com uma colherada de manteiga, ou um queijo, ou o acompanhamento que for do seu agrado, pode até ser sem acompanhamento, não tem problema.
Se delicie com os incríveis sabores que temos no Brasil, conheça nossas comidas e pratos nacionais antes de enaltecer aquelas de outras nações. O Brasil oferece uma diversidade incrível e muito rica, tanto na culinária como na própria cultura. A culinária brasileira é deliciosa, colorida, cheia de técnicas e muito ampla, vale a pena conhecer mais sobre ela.