Imagina um pão macio, levemente adocicado e com um certo brilho irresistível. Com certeza é o Brioche. A história do Brioche é tão interessante quanto seu sabor e aroma, ela envolve revoluções e a realeza francesa de apenas alguns séculos atrás.
Você vai descobrir que o Brioche não é um simples pão, mas uma mistura de técnicas, história e sabores incríveis. Além disso, você vai se deparar com muitas utilidades que esse pão tem e a variedade de receitas que podemos fazer com ele.
Alguns séculos atrás
Em primeiro lugar, temos uma multidão feroz e faminta em frente ao Palácio Trianon, em Paris. Vale destacar que a França enfrentava a Revolução Francesa, que se intensificou devido a Queda da Bastilha (14/07/1789), abrindo as portas para a Idade Contemporânea.
Enfim, voltamos à multidão faminta. Que gritava e protestava em frente ao lar de Maria Antonieta, Rainha da França. Foi nesse momento em que Maria Antonieta gritou a famosa frase “Se o povo não tem pão, que coma brioche!”.
Antonieta se refere ao pãozinho adocicado e amanteigado que foi criado no século XVII, e era chamado de “Doce dos Apóstolos”. Tinha esse nome, devido ao seu formato semelhante aos apetrechos que os profetas e apóstolos usavam.
O pãozinho era uma mistura de farinha, ovos, manteiga (muita manteiga) e leite. Esses ingredientes traziam um leve dulçor a massa e deixavam ela super fofa e macia.
Por que Brioche?
A história do Brioche não é 100% exata, logo, a origem do seu nome também não. Há quem diga que o pão nasceu na cidade de Brie (Norte da França) influenciando a origem do nome. Outros explicam o significado do próprio nome “Brioche”, que é “broyer” – trabalhar a massa com um broye (um rolo para amassar a massa). Além disso, temos a terceira alternativa que apresenta seu nascimento na cidade de Saint Brieuc (Bretanha), onde os habitantes eram os como “briochins”, e serviram como referência para o nome do pão.
Por ser um pão muito antigo e não ter registros exatos que comprovem seu nome e origem, sua história é aquela famosa história que passou de pai para filho. E é normal que detalhes passem despercebidos ou acabem sendo deixados de lado, e mais normal ainda são as especulações por trás dos nomes, elas dão aquele ar de mistério e dúvida para a história.
“Se o povo não tem pão, que coma brioche”
Lembra dessa frase que Maria Antonieta disse? Pois bem, a multidão não gostou nem um pouco e se tornou uma gafe por parte da Rainha. A questão envolve a terrível situação das plantações de trigo. Os temporais afetaram todas e acabaram sendo destruídas, gerando escassez e fome para o lado dos camponeses.
Antonieta, nativa austríaca e filha do Imperador da Áustria, casou-se com o Rei da França Luís XVI, por isso não conhecia muito a língua e não era o ser mais amado pelos franceses. Acredita-se que Maria Antonieta não buscava conhecer a população e muito menos se interessar pela mesma, isso gerou raiva e um sentimento ruim partindo dos camponeses franceses, que se intensificou quando a Rainha os “provocou” ao exclamar a frase.
Eles teriam ficado mais nervosos, pelo fato de terem que comer os restos dos restos, ou seja, as sobras duras e secas dos pães que tinham. Os pães que eram rejeitados pelos nobres e deixados para a população.
Por causa da barra pesada que o povo estava enfrentando: destruição das plantações, fome, escassez de comida e revolução, é claro que eles iriam ficar nervosos. E para piorar, Antonieta exclama uma frase que foi vista como uma “afronta”, é, acho que já dá para imaginar o que aconteceu. O povo ficou furioso com a rainha, prenderam-na e a decapitaram com uma guilhotina.
No início, servia-se o Brioche aos nobres e à realeza, no entanto, passou a fazer parte das refeições dos camponeses e do restante da população.
Variações do Brioche
Apesar de manter seus ingredientes base na receita, o brioche apresenta algumas variações de formatos, principalmente, e na sua fórmula. Em outras palavras, encontramos alguns tipos de brioche que possuem dosagens diferentes umas das outras, como por exemplo: os ovos, a manteiga e o leite.
Primeiramente, vamos falar das opções de massa. Assim como um bolo de chocolate, que tem seus ingredientes principais, os quais caracterizam o bolo e o transformam em bolo de chocolate, temos os ingredientes do brioche. Isto é, a manteiga, representante principal do sabor e da maciez, por isso todas as receitas pedem uma grande quantidade desse ingrediente. Em segundo lugar, temos os ovos, que podem ser usados inteiros, como apenas suas gemas ou até uma mistura, para dar a cor e ajudar na estrutura do pão. Por fim, temos o leite, o líquido principal da massa que auxilia na textura e sabor da massa. Em algumas receitas nos deparamos com o leite em pó também, que traz ainda mais maciez.
Agora, falando das variações do formato, encontramos duas principais: Brioche Parisienne (consiste em duas bolas, sendo uma maior e outra menor) e o Brioche Nanterre (várias bolas juntas, assadas em uma única forma inglesa). Além dessas opções, também encontramos o brioche para hamburguer, para hot-dog, brioche trançado… As opções são várias para você escolher, mas o pãozinho é o mesmo.
A história do Brioche nos mostra um pouco da cultura francesa e de seus gostos, podemos notar isso principalmente na escolha dos ingredientes para criar o Brioche. Agora, dá próxima vez que você for comer um brioche, lembre-se da história e foque nos sabores, tente sentir a textura e o que cada elemento traz à massa.