Pouco se fala sobre os doces árabes e não, essa cozinha não faz apenas kibe e esfihas. Essa culinária é vasta e muito rica, falo em variedades e na qualidade de seus ingredientes.
O Oriente Médio é famoso por oferecer uma abundância de nozes, amêndoas, pistache, temperos, especiarias e muito mais. Com tantos ingredientes bons é claro que a comida não poderia ser diferente.
A cultura árabe preza por sua história, seus costumes e principalmente a religião. Antigamente (e atualmente também) nas reuniões tradicionais era muito comum servirem banquetes, onde todos se sentam em uma mesa grande, comem e bebem durante horas e sempre dividindo os alimentos. Assim como os salgados, os doces são caprichados e os árabes arrasam na apresentação e nas proporções.
Os convidados comem com os olhos primeiro e depois com a boca, principalmente na hora dos doces. Não sei se você já teve a oportunidade de ver um doce típico árabe, mas eles são delicados e muito lindos, além de serem extremamente gostosos.
Um pouco sobre
Para essas reuniões, os cozinheiros preparavam os doces com os ingredientes típicos da região, como: o açúcar, castanhas, avelãs, nozes e até macarrão. As caldas de açúcar, calda de rosas, de limão e a famosa calda de laranjeira, conquistaram o paladar de todos, dando sabores únicos a essas sobremesas.
Acima de tudo, esses doces todos remetem a tradições e história do seu povo.
Por exemplo, alguns doces têm um significado no nascimento de uma criança, de tal forma que é passado calda de açúcar na boca do recém-nascido, para que seu futuro seja repleto de palavras doces. Isso está muito ligado a crença de que tudo que é dito por alguém pode se tornar uma profecia. Por outro lado, o pudim e a alva de semolina são alguns tipos de doces tradicionais que estão presentes na despedida de falecidos.
Então, a cultura de doces no Oriente Médio mostra como o povo valoriza suas crenças e religiões, tradições e costumes que foram passados de geração para geração.
Origem e sua chegada ao Brasil
Os primeiros registros das sobremesas são da época do Império Bizantino. Usava-se o mel, nozes e as frutas secas. Com o domínio árabe e a expansão da ilha, a culinária começou a se espalhar pelas regiões dominadas: Península Ibérica, norte da África, partes da Ásia e sul da Europa.
No século XIX, os árabes cristãos estavam sendo perseguidos pelo Império Otomano (que seguiam a fé islâmica) e começaram a entrar em embarcações brasileiras, acreditando que chegariam nos Estados Unidos, mas desembarcavam no Brasil e Argentina. Ao chegarem aqui ficavam impressionados com as terras, tornando-se um palco muito atrativo para os refugiados. Uma vez que aqui tinha muitas oportunidades e eles não se sentiam deslocados, afinal, o Brasil é uma nação com grande miscigenação e acostumada com a diversidade. E é claro que o povo brasileiro abraçou a nova culinária que tinha chegado, dando espaço para expandir e crescer essa nova cultura.
Os doces são bem diferentes daqueles que estamos acostumados, eles são feitos com ingredientes típicos e normalmente possuem uma mesma base de ingredientes. Em outras palavras, apresentam os mesmos ingredientes em todos os doces. Pode-se dizer que são ingredientes-chave.
São eles: as tâmaras, nozes, pistache, castanhas, avelã, uva passa, amêndoas, mel, água de rosas, essência de flor de laranjeira, açúcar e manteiga ghee.
Conheça alguns doces
A variedade de doces é bem grande e cada um surpreende com seu sabor. Dentre os mais conhecidos, temos:
– Blakava: Camadas finas de massa folhada, tem recheio de nozes picadas e xarope de açúcar e mel;
– Ma’amoul: Biscoitos com recheio de tâmaras, nozes ou pistache;
– Basbousa: Bolo de semolina regado com calda de açúcar ou xarope de rosas;
– Kunafa: Feita com fios de macarrão fino, recheado com queijo e nozes regados com xarope;
– Halawa (Halva): Doce denso feito com sementes de gergelim ou tahine;
– Atayef: Pequenas panquecas recheadas com nozes, tâmaras ou queijo
Doces que são um reflexo da história e cultura do Oriente Médio, sendo apreciados pelo mundo por suas combinações e sabores únicos. Se você nunca comeu um doce árabe, não deixe para depois, experimente e se delicie com sabores diferentes de diferentes regiões.
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